domingo, 30 de junho de 2013

Escrita


Palavra é fado, brisa
Estorvo, coriza
Mesa vazia

É corte, cura
Canto, tortura
Saliva

É pestilenta, contagiosa
Máquina de costura

É sobejo, ausência
Precipício

É trova proibida.

(Yuri Rebouças)


sábado, 29 de junho de 2013

LOUCURA DE POETA




Se loucura de poeta, é não amar.
Como sofre ao ser poeta,
Se o amor é que o move
Se a dor é o profeta?

Escrever e não sentir,
Não se sente o que não escreve,
Se registra o que se diz
Faz poético o sentir.

Ser poeta é pensar
Que nos versos se esconde.
É engano, é insano.
Os poemas são nosso ''revelar''.

Um esconderijo épico e único
Derramamos nossos versos.
É loucura de poeta, esconder
O seu próprio ser de quem o ler. 

Fernanda Fernandes

segunda-feira, 24 de junho de 2013




Eu seria a própria loucura,
Ao ler-me como partitura,
A interpretar-me como pura,
Ao desfolhar cada verso.

Fernanda Fernandes



quarta-feira, 5 de junho de 2013

Cai nesse sofá




No último degrau você cai.
Na última parada você desce.
No último suspiro morre,
Do último amor se esquece.

Olha os ponteiros do relógio,
Cai nesse sofá, pega o controle remoto,
Mas esquece a televisão,
Tens algo melhor para assistir.

De propósito eu vou cair,
Não me levante, caia e me ame
Aqui ou em qualquer lugar.
Não fuja do amor, queira amar.

Perca o emprego,
Se atrase na entrevista,
Vem cá, eu fecho essa camisa ...
É outra armadilha pra te amar !

(Fernanda Fernandes)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Amargo Silêncio


Nas melancólicas madrugadas fico eu a vagar.
Pensamentos vêem e me fazem sentir tudo outra vez,
Sensações de dor e prazer,
E você nem imagina o quanto eu sofro em saber
Que nada mais voltará ao que era antes, tudo se perdeu!

Às vezes prefiro me enganar e imaginar que nada aconteceu
Mas é impossível não sentir essa ausência, pois tudo está tão vivo.
E é nessa hora que percebo uma lágrima cair
Contendo toda saudade, toda uma história, que se dissipa como as nuvens e some,
Em meio a essa confusão de sentimentos.

O que posso fazer se sou assim!
Entrego-me totalmente sem pensar nas consequências;
E na intensidade dessa paixão eu vejo as horas passarem lentamente
E a doce lembrança do seu sorriso se eternizar
Em um simples pensamento!

E agora o seu eterno apaixonado se depara 
Com a realidade desse amargo silêncio que recai sobre nós,
E sobre o escuro véu que recobre essa madrugada, o meu único desejo é que o tempo pare, e te guarde nas mais belas lembranças;
Adiando o meu Adeus!



(W. Rangel)