O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Fernando Pessoa
domingo, 28 de julho de 2013
domingo, 7 de julho de 2013
Nosso Acaso
No calor de uma sexta feira
Em uma multidão pensante,
Me vi um tanto diferente
Coração descontrolou por um instante.
E a noite chegou sem demora
Sabendo que tinha chegado a hora
De enfim conhecer você ,
Foi um encontro do acaso
Mesmo que ele não exista.
E algo manchou minha vista
Quando eu beijei você.
E num recitar de poema
Que lhe deixou entontecido
Enfim, chegou o domingo
E em um controle sub humano
Tentei dominar o meu corpo
Mas ele, um pouco louco,
Não resistiu a sua boca.
E eu um tanto louca,
Por está ali ao seu lado,
Tentando controlar a força,
Meus lábios e a minha boca
Desses beijos insensatos .
E estamos nessa luta
Sem saber como agir,
Tentando a ninguém ferir,
Mas o coração fala mais alto,
Seu jeito todo engraçado,
Me arrancando sorrisos
Vendo no amor o perigo
Com medo de tudo dar errado.
Mas algo é bem certo,
Não podemos ser discretos,
Pois meu sentimento é só loucura
E suas mãos em minha blusa
Me apertando um pouco mais...
Entenda que minha boca
e minha vida que é louca
É que te satisfaz!
O tempo passa correndo
Eu juro, até lhe entendo
Todo seu desespero
Mas corre, vem ligeiro
Que a vida é muito breve
Escolha deepressa meus lábios
Antes que outros lábios me leve.
( Fernanda Fernandes )
Poema autobiográfico; dedicado a alguém especial.
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Tira-me do chão sem piedade
Conheço esse suor que cai do teu pescoço
Pois é derramado sobre todo o meu corpo
Em uma onda sonora só nossa
O mundo lá fora, já não importa.
Minha pele já está arranhada e acostumada
Ao tocar, ao deslisar da sua barba
Onde me corta e me sufoca
Em mãos fortes e famintas.
Acostumada a ser amada por dentro
Onde partes do seu corpo me invadem
E tira-me do chão sem piedade
Tornamo-nos um, sem metades .
E quando penso em ir embora
Prende-me logo, sem demora
E me convence novamente
Que para o amor, para amar não há hora ...
( Fernanda Fernandes )
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