sábado, 15 de novembro de 2014

Cassino proibido



Como quem vai caçar a meia noite
Ele me despia:
Rápido,
Preciso,
Faminto.

E como a jiboia que estrangula a sua vítima,
Colou suas mãos em meu pescoço,
Impossibilitando-me de qualquer fuga
Ou gritos de socorro.
Mas na verdade,
Quem ali queria fugir?
Pois ao mesmo tempo que sou presa,
Sou caçadora também.

E entre mordaças , algemas e cordas;
Perdia-me nas dores mais estranhas.
O sangue não precisa estar sempre nas artérias e veias
Se pode encontrar-se na pele como resultado de uma noite inflamável.
Quem  entra como jogador,
Tem que saber acertar as cartas.
Frequentar esse cassino proibido
Apostar tudo ...
Saber quando começar
E quando se deve parar.

Assustava-me sempre quando meus olhos viam
Entre minhas coxas
As marcas que seus lábios deixaram.
Era como o fazendeiro que marca seu gado
Com ferro quente ...
Em brasas vivas: É MINHA.

( Fernanda Fernandes )