domingo, 31 de março de 2013

Veneno

O universo de cada pessoa é eruptivo.
Pronto a esbravejar .
Um universo composto de mundos.
Cada mundo particular .

Talvez o cálice que transborda seja ilusão.
Você não consegue ver.
Não se preocupe se estas cego.
Eu posso ver por você.

Teu dicionário de pensamentos ...
Que rouba meu sono tentando entender
Não posso me perder em palavras.
Não posso em teus braços morrer.

É provando gota por gota de veneno
Que vejo que só morrerei se eu quiser.
Morre-se é aos poucos
O maior assassino é o amor.

( Fernanda Fernandes )


sábado, 23 de março de 2013

Tudo contra


Ontem tudo pareceu tristeza.
Talvez minhas lágrimas ocultas resolveram aparecer.
Não se escapa da vida
Nem das suas virtudes.

Talvez o mundo precise de nós dois.
Você não pode fugir.
O coração sangrou e sugou o próprio sangue.
Pode me matar, não tenho mais vida.

Encontrei na poesia o que eu não tinha ao te conhecer.
Agora posso escalar uma montanha com meus versos ...
Com você o mundo não é tão complicado.
Eu posso ser o que eu quiser, o que quiser .

Tudo contra, tudo subestimado .
Mas há um lugar inatingível pelas coisas do mundo.
Um lugar onde tu moras, onde permanece.
Como te dizer que esse lugar é o meu coração? 

( Fernanda Fernandes ) 


quinta-feira, 21 de março de 2013

Ternura


Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.



(Vinícius de Moraes)

domingo, 17 de março de 2013

'' Menina ''

Você estar brincando de amor, menina.
Você estar brincando de amar.
Engole este seu orgulho
De amor não quero brincar.

De ferro não é meu coração.

Até seria, se eu quisesse ...
Mas de mim, você se apoderou.
Comigo brincou, ignorou.

Engole esse teu choro menina !

Você que assim preferiu,
Magoou e até feriu
Quem por te lhe traria a lua.

Esquece aqueles beijos, menina .

Pois hoje a tua boca é como ácido ...
Queimando minhas lembranças,
Sufocando as minhas memórias. 


( Fernanda Fernandes )

Eu


Pensando em você sem querer me apaixonei ...
Um olhar, um abraço, um sorriso em seu rosto.
Tudo que eu queria era sentir o seu gosto.
De tanto pensar o tempo passou,
Velei suas noites,
Você nunca me amou.
Sumo, desapareço, faço de conta que não existo.
Um estranho nesse mundo que te ama escondido.
Volto, apareço, mais em nada insisto.
Vivo nesse mundo, foragido, bandido.

( Autor ' propositalmente ' desconhecido )




Se vai tentar 
siga em frente.

Senão, nem começe!
Isso pode significar perder namoradas
esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.

Pode significar ficar sem comer por dias,
Pode significar congelar em um parque,
Pode significar cadeia,
Pode significar caçoadas, desolação...

A desolação é o presente
O resto é uma prova de sua paciência,
do quanto realmente quis fazer
E farei, apesar do menosprezo
E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.

Se vai tentar,
Vá em frente.
Não há outro sentimento como este
Ficará sozinho com os Deuses
E as noites serão quentes
Levará a vida com um sorriso perfeito
É a única coisa que vale a pena.

(Charles Bukowski)


sexta-feira, 15 de março de 2013

Fome de Amor


Faminto estou de teu prazer, menina.
Desejar-te toda, buscar-te, é minha sina,
Meu objetivo, sonho e projeto.
Em pétalas lascivas
Quero desfolhar-te,
Sugar o teu néctar,
Hei de saciar-te
E realizarmos este amor secreto.
Deixa-me sugar-te, minha flor,
E em troca, me devora, por favor...
Tem pena de mim, do que sinto,
Vem pra saciar-me,
Que de tua carne
Eu estou faminto...

( P.Valmart )




quinta-feira, 14 de março de 2013

Pela luz dos olhos teus


Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

( Vinícius de Moraes )


domingo, 10 de março de 2013


Se eu ando devagar,
É porque divago andando.
De vez em quando, e quando dá,
Ao divagar se vai ao longe.
Sou devagar, quase parando ...
Mas nunca paro num só lugar.

( Julius Victorius )


sábado, 9 de março de 2013

Aparências



Olha lá aquele senhor distinto
Quão feliz ele deve ser.
Enquanto ele caminha,
Pensa e se definha, querendo uma lágrima deter.
Aquela moça educada, nunca talvez tenha ficado brava.
Ela é generosa na rua , nas prosas, em casa tira-se a máscara.
Que professor comportado, olha só seu carro importado...
Quão feliz ele deve ser.
Mas é tristonho, sem sonhos ... Não sabe o que é viver!
Sociedade carrasca essa que julga sem saber.
Os homens caminham felizes, mas o coração grita em dizer:
Salve-nos do consumismo, do capitalismo e de todos os '' ismos '' .
De aparências , não queremos mais viver.

( Fernanda Fernandes )





Preciso beber alguém,
Matar a minha sede. 

( Autor ' propositalmente ' desconhecido )

φιλί


Adoro beijo, de todas as formas.
Beijos apertados, molhados, concentrados, profundos.
Beijos que não param de beijar, 
que entram e saem à procura de espaço.
Gosto de beijos.
Mas também gosto de abraços, por todos os lados
De todas as formas, com ou sem braços.
E ainda gosto de amasso, mas não tanto quanto de beijos.
Beijos frontais, também, na boca, talvez.

( Ronaldo Santos )


sexta-feira, 8 de março de 2013

Sexo Frágil é seu pensamento

Pela delicadeza com forma de rigidez
Sexo frágil é seu pensamento.
Mulher é sem entendimento
Não tente descrever.

Exemplo de lutas constantes,
Guerras mirabolantes.
Mulher, ser hiper pensante
Da vida é a maior amante.

Este é o seu dia INTERNACIONAL,
Mas todos os dias, és especial !
Sexo frágil é seu pensamento,
Se pensar que não, eu lamento.

Mulher em forma de rosa,
Mulher em forma de poesia ...
Mulher é a forma do amor,
Seu dia, é todos os dias .

( Fernanda Fernandes ) 


segunda-feira, 4 de março de 2013

Rara !


Talvez você seja uma deusa de Creta,
Uma lenda linda da mitologia,
Um poema raro que qualquer poeta
Sonhara em fazer viajando em magia...

Talvez você seja uma rima correta,
O verso mais belo de toda a poesia,
A estrofe que sempre minh'alma inquieta
Pensava, pensava, mas nunca fazia...

Você traz consigo a beleza de um astro,
A força fervente de um verso de um Castro
E a leveza branda de uma borboleta ...

Com este sorriso de cristal mais raro,
Penso que você foi moldada no faro
Da poeira cósmica de outro planeta.

( Manoel Cavalcante )




domingo, 3 de março de 2013

Claudio



( Foto inspiração ) *


Eu não entendo, mas ao mesmo tempo quero compreender, 
Essa tristeza, esse você.
São lágrimas reprimidas, dores omitidas.
Um mundo particular
Um diamante no mar
Impossível de encontrar ...
Uma lágrima no olhar
Pronta para cair, diluir ...
Eu não preciso sentir para entender
Como dói esconder essa repressão,
Como dói esconder até do coração, 
Assumir que a dor machuca e suga 
Até o último vestígio de esperança.
Agora sim, agora sim ...
São lembranças.
Essa dor some e tudo consome .
São lembranças agora.
Já pode sorrir, já é permitido olhar a frente.
Sem medo, sem vertentes.
Permita-se a sua loucura. 

( Fernanda Fernandes )

Sina


Deixa-me
Seguir minha sina
- De poeta
E, permita-me,
Escrever-te, sem demora,
Em seu corpo, meu melhor poema.

Luiz Luz )


sábado, 2 de março de 2013

Uma lembrança amiga


Hoje eu acordei pop, comendo lixo entre os bichos,

Sendo falado em outras línguas, respirando cultura pobre.

Eu sou a voz do verme que clama ajuda divina,

Um animal sujo e largado, uma senhora mal vestida,
Um miserável ignóbil.


Hoje eu sou, ontem eu fui, hoje todos são, eu sou...


Sem espaço, apenas tempo, assim clama meu abismo, náusea, delírios, silêncio-  um ridículo desapontado por sua criação aviltada.

Um desespero, sutil, leve como uma brisa matinal, o trágico me cai bem, tudo tão grosseiro e intencional - encontro prazer na prole pervertida.

Eu sou uma propaganda- rabiscada em um muro que resplende, eu sou puro improviso, um fundamento desagradável.

Dentro de um livro almas sapientes, dentro do meu quarto um fulgor faiscante, entre as paredes... Uma lembrança vadia.