domingo, 26 de maio de 2013

Você é um animal


E tudo o que for triste, que caia em sublime abismo.
Cansei de levantar as pessoas
E cair no fundo do poço por elas.
O mundo está parecendo uma guerra.
Olhe para o lado, o cara do seu lado,
É teu irmão.
Compaixão, generosidade ...
Incondicionalidade , existe ainda?
Tão pouco, que meus dedos contam.
Que abraço fingido!
Se não quer abraçar, 
Feche-se para se,
Seja você mesmo...
Atire as pedras e mostre tua face!
Não suas máscaras !
A tua face, meu irmão.
Essa que você esconde e a tira para dormir.
Quem é você afinal ?
A não ser um animal
Como um cão que perambula nas ruas a procura de comida
E todos o chutam e pouquíssimas vezes
Jogam-lhe o resto dos alimentos.
Mostre-se capaz de encarar a sua verdadeira personalidade!



( Fernanda Fernandes ) 

sábado, 25 de maio de 2013




Sorrir ! 
Deixar cair uma cachoeira de lágrimas,
Mas de rir!
Sorrir !
Fechar os olhos, não para chorar,
Mas para rir!

Sorrir, rir um rio de gargalhadas!

( Fernanda Fernandes )

domingo, 19 de maio de 2013

Forte


Se o mundo é dos fortes
De quem sabe lutar
Faz fraco minh'alma
Cansada de ser forte estar.

Numa madrugada,
Onde os fortes tomam café,
Faz fraco eu
Que me perdi em minha fé.

A noite parece de chuva
De repente, tempestade sem explicação.
Não há raios, nem trovões
O temporal estar no coração.

Não há ser que perceba, que leia
O que se passa em outros seres
Hoje sou eu, amanhã não sou
O que hoje ver, amanhã não me veres.

( Fernanda Fernandes )



Eu sou um desconcerto.
E não faço nada certo.
Sou o que é incerto,
Deixo longe tudo o que quero perto.

(Fernanda Fernandes)


terça-feira, 14 de maio de 2013

Delírios de uma Virgem




Eu já posso sentir tua língua tocar o meu hímem.
Não sei se grito ou me calo.
Mas é só meu pensamento,
Logo me acalmo.
Esse desejo de sentir o desconhecido,
O poder da libido que mora em minhas artérias...
Que loucura é pensar em amor!
''Só'' pensar... Desejar ... Experimentar !
No ápice do prazer, teu rosto olhar.
É tirar do sério, perder completamente a cabeça,
Sem medo que me enlouqueça,
Em gritos, gemidos ou em silêncio.
Ter controle, juro que tento,
Mas esse contato louco que meu corpo tem com o seu,
Deixa-me sem oportunidades de pensar
Permitindo que as  suas mãos façam  meu corpo suar...
Os pensamentos de um homem confundem-se
Com os pensamentos de uma mulher,
Os dois a mesma coisa querem...
E ' ele ' enloquece, em ser o primeiro...
O que ficará marcado,
O que há de ser lembrado
Ao ter despertado as primeiras sensações,
De ter em suas costas os arranhões
De uma noite louca de amor.

(Fernanda Fernandes)




domingo, 12 de maio de 2013

Loucura?



olha, ele disse, admita.
o quê? perguntei.
quando você vê aquela gorda
no supermercado que está
escolhendo laranjas, não
se sente a fim de ir lá e
espremer aquelas ancas feias
bem forte
apenas para ouvi-la gritar?
do que diabos você está falando,
cara? perguntei.
e quando o garçom te traz
teu jantar, não pensa
por um instante que poderia
matá-lo?

não antes do jantar, respondi.
o que estou querendo dizer com isso,
ele continuou,
é que há uma linha muito tênue
entre o que chamamos sanidade e
o que chamamos loucura
e que o esforço que fazemos para
permanecer no lado são
só é feito para que não sejamos
punidos pela
sociedade.
senão, iríamos
frequentemente cruzar essa linha e
as coisas seriam muito mais
interessantes
eu não sei do que diabos
você está falando, cara,
eu disse a ele.
ele apenas suspirou, me olhou
e disse, deixa pra lá, amigo. 

(Charles Bukowski)



sexta-feira, 10 de maio de 2013



Conversávamos até meia noite,
Muitas vezes a ligação cortava,
Ficava com raiva e brigava,
Escutava do vento o açoite,
Na madrugada era a pernoite,
E ouvia o seu ressono,
Ficando no abandono,
Já era o sinal pra ir,
''Eu te amo'' ''Vai dormir,
Que seu mal é sono'' .

(Tiago Dantas)

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Os versos que te fiz


Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem para te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim para te oferecer

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas,meu Amor,eu não tos digo ainda.
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz

Amo-te tanto!E nunca te beijei...
E nesse beijo,Amor,que eu não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!

(Florbela Espanca)


terça-feira, 7 de maio de 2013





Eu não durmo;
Não fecho os meus olhos se não for para um beijo teu.
Não fecho as janelas;
Estão abertas para o seu desejo correr e parar em meu corpo.
Não posso falar;
Pois não se fala enquanto há os seus lábios a pressionar os meus.
Não há raciocínio, quando a paixão dilacera todos os neurônios.
Pergunto-me a todo instante,
Como posso querer estar presa?
Presa... presa.
Ser uma presa do amor.
Presa do veneno que mata em cada intenção indecente.

Eu não durmo.

(Fernanda Fernandes)

segunda-feira, 6 de maio de 2013


Todo poeta deveria sofrer ao menos uma vez por amor.
É dai, desse sofrimento,
Que compõe os poemas mais belos e sublimes.
Cada lágrima é um verso cortante
Cada estrofe, construída ao brindar de um champagne espumante.

Poemas, poetas ... Sofrimento.

( Fernanda Fernandes )



Máscara


Ó solidão -
Máscara do outro -
Cravejada da malícia do mundo,
Incrustada de melancolia e sono,
Desprendida da face real!

Ó solidão -
Efêmera presença,
Indefinidamente só -
Caminhante perdida
Em sua senda!

( Mário Gerson )


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Desapego




Solta essa camisa,
Lembra o cheiro que ele tem.
Joga essas lembranças
Nos trilhos de um trem...
Deixa esmagar-se.

Deixa teu coração exalar um fúnebre desejo,

Logo as estações passam,
E tudo voltará ao seu normal.
Mesmo que tenha que morrer e renascer.
Corre lá fora, veja a vida, vai viver.

Somos antinomia.

Mas os teus olhos são conducentes .
Onde encontrar razão em tudo isso?
Ser humano que é humano não controla o que sente.
No instante que diz que controla, mente.

Desapegar é algo externo,

Podemos por um momento, ou dois, fingir.
Destruir o que há em nosso âmago tem outro nome.
Destruir por dentro, é desistir.
Por que, por que destruir?

( Fernanda Fernandes )